terça-feira, 3 de abril de 2012

Porta Aberta

Bate forte
vem de dentro essa emoção incansável
vontade de gritar aos quatro ventos
de amar o inalcansável
de lutar por todos os sonhos
de escolher o caminho mais difícil e prazeroso

Quando lembro que tenho ideais
a vida "non sense" passa a ter sentido
porque o coração, fica cheio
transborda esperança
a equilibrista da Elis
aquela que nos faz pulsar diariamente

Sonho cada dia mais
cada momento que lembro 
do quão suave é amar, acima de tudo, a tua esperança

É como manter a porta aberta ao mundo
É como não cansar jamais de mergulhar no desconhecido
É como manter a juventude de estar sempre pronto para lutar

quinta-feira, 31 de março de 2011

que bate...

Saudadeadedade... que bate

Do que foi e vai voltar
Do que foi e sempre tornará a ir
E do que foi para todo sempre
Angústia de estar aqui
Sentindo o escorrer contínuo do que vai embora para o precipício do tempo
E deixa por dentro essa forma de dor...

quinta-feira, 3 de março de 2011

É preciso um bocado de tristeza, um bocado de felicidade


As lágrimas caem, porque é pela tristeza que  a nossa alma cresce, e nessa dor aprendemos a ver com outros olhos. E agonizamos, sofremos, lutamos e sentimos falta, porque viver é sofrer, e o choro faz a parte de levar toda a agonia embora, e a angústia por estarmos aqui perdidos e sozinhos, sem sabermos onde podemos parar. E quando vem a perda, o choro se faz sensível, e perpetua em nossos rostos, porque somos lágrimas a cada entardecer...
Mas eis que vem como sincero companheiro,  o sol resplandesecnte da alma, nascendo sempre, colocando-se em vida explendida.  E nós somos também essa felicidade toda, porque viver é alegrar-se de estar aqui, em nosso lugar, únicos aventureiros, na esperança e vontade de tudo ver... E sorrir é o que nos traz aquela força para ter coragem e lutar, para não deixar o samba partir, para continuar. E é quando o sorriso se estabiliza em nossa face que sentimos a doçura de viver  que nos cabe...
Não sei o que pode estar certo, ou errado. Não sei o que pode ser melhor, ou pior. Sei que somos esse combo de lágrimas nos olhos com sorrisos nos lábios. Pois somos o dia e a noite, e ao viver temos como amigas a tristeza e a alegria. Mistura errante, desnexada... Equilíbrio da alma. Choro, feliz. Sorriso triste. Alegrias e tristezas em revoada!
 E Já diria o poeta...

"É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não"

(Vinícius de Morais)


Para Fernando Souza de Oliveira, do outro lado do oceano...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Ideal



O momento existe
E só ele.
O sonhar persiste.
E é o que nos embala.

E parece
Que a vida consiste
Nessa inexata busca pelo ideal
De tornar cada breve momento um sonho.

Inexplicável

A menina acordou assustada. Sentada na cama lembrou-se dos acontecimentos da semana anterior, que vieram acompanhados daquele sentimento inexplicável dentro de si. Pensou que talvez fosse melhor não ter acordado, mas o pesadelo era real.
            Em sua cabeça, voltara a rodar o filme, do mais impactante fato acontecido em sua vida. As cenas daquele ritual de despedida, tão comum entre os povos ocidentais... Triste, melancólico, capaz de deixar os entes queridos piores do que estão. Lembrou do desespero da mãe, das coroas de flores, do cheiro de tristeza, do gosto das lágrimas, da missa rezada, do corpo deitado. Também da irmã mais nova que, por não entender, considerou tudo uma festa familiar... Por fim do caixão e da profana cova.    Levaria consigo todos essas lembranças. Porém o momento mais marcante do fato, acontecera horas antes da cerimônia lembrada. Algo que ela nunca havia sentido lhe viera à tona. Um momento de choque: a notícia da morte.
              Memórias recentes e remotas, rodavam em sua mente. As lembranças da  vida toda com a pessoa querida, passando tão rápido quanto um raio, porém tão inundado de recordações quanto um clássico literário. Toda a infância, as brincadeiras com ele, os passeios, as chineladas, as risadas... As primeiras discussões, os castigos, os mandamentos... As levadas em festas, o debutar com a valsa inesquecível, dançada com ele. Tudo rodando, passando pelo fio da memória. Carinhos, choros, dengos...apenas passado.
            Tudo acontecera tão rápido, que parecia que seu cérebro ainda não havia processado tamanhas informações. Como se a “ficha não tivesse caído”.
            Sentiu-se mal. Levantou-se da cama e foi até a pia, de pé no chão. Pegou um copo e ligou a torneira. Abriu a boca e deixou a água lavar a angústia interna, levá-la embora. Sentada rente à mesa, balançou as pernas. Refletiu, agora mais calma sobre a situação. Para ela não havia assassino. A culpa era da senhora violência que atormentava um país inteiro. Achou que graves erros estavam escondidos por traz de toda a história de uma nação... Mas não sabia quais, apenas desconfiava. Estava na dúvida se era o homem quem gerava a violência ou se a violência era quem transformava o homem. Tanto tormento tinha que ter uma explicação. O que realmente não conseguia entender nisso tudo, era o inexplicável por conta do irracional...

(Hoje me deu essa vontade de botar este blog para funcionar, levar ele um pouco mais a sério, e publicar com mais dedicação meus devaneios, pensamentos, criações. Esse texto escrevi em 2006, para um concurso literário muito bacana, que ocorre anualmente na Fundação Liberato, o Liberarte. Foi minha primeira publição em uma coletânea, levando ainda a premiação de Terceiro Lugar na catergoria Conto. Portanto, para colocar minha vontade de publicar em dia, aproveito este texto que retoma uma época passada, singular. Republico ele por aqui, nessa vida e época internetês.)

Momento

Fez algum tempo já, que me perdi em imensidão, de mim mesma, antes mesmo de conhecer-me. Vagarei pois sem fim, no mar infinito e oculto, de minhas dúvidas e pensamentos, e vagarei pois rumo ao nada, pois a nada cabe a existência. Se um dia tive certezas e discursos jogados aos ventos, me cabe entender pois, que sou agora a dúvida, a confusão, o equilíbrio sem controle. Passei, quem sabe a ter outros olhos, outros sentidos, percepções diversas. Outros retratos figuram minha memória. Certos ventos antigos já me passam despercebidos, pois minha pele é outra e até mesmo a esperança é outra.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O novo, tão difícil, bem necessário

Acordo pela manhã, e penso o quanto é boa uma novidade. É como se a rotina cansasse demais a cada acordar, cansasse o espírito, causasse falta de ar. Até mesmo acostumar com idéias me fazem certo mal, quando penso e penso, aspirando alguma coisa por muito tempo, chega o momento em que a idéia já não me cabe. As metas, tão indispensáveis para se ter um vida tranqüila, as vezes me cansam. Canso das minhas metas, e passo a querer outras, porque preciso de novos ares, renovação. É bom pensar no desconhecido, nas portas que se abrirão, e nas que se fecharão, sem que imaginássemos. E talvez, seja melhor dizer que é bom não pensar, deixar acontecer as vezes... Toda vez que passo tempo demais pensando em algo, sinto a dor de ter martelado tanto algo em minha cabeça. Falo isso, porque sei o quanto sou calculista, e o quanto essa perspectiva não passa das minha palavras... Raramente saio sem estar nos meus planos, ou compro por impulso algo caro, ou ainda decido um curso a ser feito de última hora. Normalmente planejo. Mas tenho me dado conta do quanto isso faz agente perder tempo, quando, como no meu caso, é em excesso. Fico portanto, naquele impasse do ou planejo ou vivo, e escolho normalmente a primeira opção. E de tanto fazer isso, andei concluindo que poucas coisa são tão boas quanto uma surpresa. Mudança. Expansão de perspectiva. Talvez, no momento, seja minha necessidade. Será que o dilema seria matutar menos e viver mais? Quero muito aprender esse impasse!